Uma valsa? Por que não um samba? – Falta nacionalismo, sobra estrangeirismo

Você já parou para pensar como estamos cada vez mais descaracterizando nossa cultura em prol do modismo que é empregar termos similares em língua estrangeira? Indo mais além, já perceberam o quanto pecamos por falta de nacionalismo, enquanto sobra estrangeirismos, não somente em nossa língua, mas também em diversos traços culturais?

Este é o primeiro artigo de 2010 e nada melhor que começar o ano falando sobre um assunto que desejo discutir desde quando iniciei este blog:  por que estamos abandonando nossa cultura em troca da cultura de outros países, mais especificamente a cultura americana?

A coisa toda começa mais ou menos assim: minha esposa e eu queríamos ir ao shopping, mas estávamos sem money, então decidimos passar num cash para sacar algum dinheiro e depois ir para algum fast food, lanchar algo e seguir nosso caminho. Bem, além de um dia agitado, parece que nós tivemos um passeio pelos Estados Unidos, não uma “voltinha” em alguma cidade brasileira, devido à grande quantidade de estrangeirismos usada.

E não pára por aí: ignoramos detalhes relacionados elementos da nossa cultura como o samba, a capoeira e viagens por este imenso país, para adorar músicas e cantores internacionais, filmes americanos e o sonho da viagem pela Europa.

Não, não estou aqui dizendo que deveríamos todos aprender o tupiniquim, assassinar os professores de língua estrangeira e erguer monumentos em adoração a Pelé e outros ídolos nacionais (até porque não sou tão fã de futebol ou de Pelé assim), mas deveríamos aprender a respeitar um pouco mais a nossa cultura, destacando os pontos bons. Se não temos a Torre Eiffel ou as Pirâmides do Egito, temos aqui o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, as praias de Natal e, por que não, a bela Orla da Atalaia. 🙂

Algum tempo atrás escrevi um texto intitulado Olá! Você fala português? criticando a forma como muitas pessoas destratam nossa língua. Mais interessante ainda é que muitas dessas pessoas frequentam cursos de língua estrangeira para se tornarem “pessoas do mundo globalizado”. Como já dizia alguém, “não se pode corrigir o mundo antes de arrumar o seu quarto”, ou seja, como esperar falar fluentemente bem o idioma de outro país se nem o nosso conhecemos?

Quando foi a última vez que você levou seus filhos a conhecer uma cidade histórica ou a uma visita a um museu? Você conhece realmente a história do nosso país ou você sabe mais sobre a França e seus cafés do que sobre Belo Horizonte e seus pães de queijo?

Todo filme americano é uma lição de patriotismo, em minha opinião: sempre eles dão um jeito de destacar bem a sua bandeira e o amor à pátria. Já reparou que os super-heróis dos quadrinhos americanos sempre vestem as cores de sua bandeira? Ou você achou que o Capitão América, Super Homem e Homem-Aranha usavam roupas de cores azul, vermelha e branca somente porque suas costureiras eram muito pobres e não possuíam dinheiro para comprar outra cor de tecido?

Por mais que eu não goste do espírito de “onipotência” que os Estados Unidos gostam de ostentar, tenho que admitir que sua população (ao menos aparentemente) sabe respeitar muito mais seus costumes e país. E talvez seja isso que nos falte, aprender a respeitar mais nossos costumes e país.

Bem, é bom começar a pensar nisso – enquanto o Brasil é nosso. Depois, quando não mais reconhecermos nosso país e enxergarmos somente uma colcha de retalhos com traços americanos, irlandeses, franceses, chineses, japoneses (e vários outros “eses”), não poderemos reclamar: quem mandou trocar nacionalismo por estrangeirismo?

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