Há lugar para a sustentabilidade num mundo globalizado?

Cada dia que passa os dados sobre desmatamentos, caça e pesca predatória bem como de emissão de poluentes no ar e nas águas tornam-se mais assustadores. Mas não são todos que nós estão realmente preocupando-se ou perguntando-se o que pode ser feito para mudar isso. Por quê?

Nossa sociedade é moldada a partir do interesse de terceiros. O consumismo exacerbado é tratado como uma necessidade: não basta você ser quem você é, preciso ter sempre um “algo a mais” para que você possa realmente sentir-se bem consigo mesmo.

E é nessa frenesi que as coisas vão acontecendo: a cultura consumista já está tão arraigada em nossos espíritos que não mais é necessário que os outdoors e propagandas contenham frases como “Compre!” para nos motivar, pois muitas vezes basta a exposição à marca para sentirmos desejo de adquiri-la.

Infelizmente, quem mais sofre com tudo isso é “Gaia”, o espírito da Terra segundo algumas religiões antigas. Em busca de conseguir o menor preço sem abrir mão do lucro, muitas vezes as indústrias e empresas acabam por quebrar regras, infringindo leis.

Isso explica o porquê de tanto desmatamento da Amazônia, uma das poucas e maiores reservas florestais do mundo (na verdade, eu sabia que era a maior, mas do jeito que as coisas vão, daqui a pouco até o jardim de um hotel é maior que nossa querida floresta…), explica também porque ainda há exploração de mão-de-obra escrava em alguns territórios da Ásia Oriental (e quem somos nós para falar da mão-de-obra escrava lá? Nós que, ainda hoje, possuímos em algumas fazendas ilegais não somente mão-de-obra escrava, mas também a exploração do trabalho infantil!) e talvez consiga explicar-nos por que há tanto tempo falamos sobre os riscos do aquecimento global, mas ninguém aparenta realmente mexer-se para fazer algo a acabar com isso.

Quando se fala em resolver o problema do aquecimento global, fala-se em intervir quase que diretamente em inúmeras fábricas e companhias responsáveis por grande parte da poluição, da emissão de gases e produção de equipamento nocivos ao ambiente. E é claro que se você vai mexer com eles, eles vão reagir. E é desta forma que até agora tal “economia predatória” estava se mantendo.

Por sorte e ironia do destino, tanto cresceu a economia, os meios de comunicação e tantas outras coisas muitas vezes “patrocinadas” com esse dinheiro sujo que, hoje, com a globalização, começamos a ver um movimento contrário, buscando restabelecer aquilo que pertence à Terra por direito.

Alguém poderia dizer: e daí, alguém vai comprar essa idéia? Não, alguém não vai comprar. Alguém já está comprando! 😀

Quem tem acompanhado o Giga Mundo deve lembrar que já falamos aqui sobre empresas verdes, empresas que buscam mudar sua metodologia de produção e equipamentos empregados em busca de agredirem menos o meio ambiente. Falamos também sobre o comércio justo, uma nova prática de mercado onde as empresas comprometem-se a trabalhar sempre de forma transparente e visando o bem-estar de todos os envolvidos – comunidades, consumidores e meio ambiente.

Alguém poderia dizer que isso tudo é apenas modismo e que, em algum momento, pode acabar. Na verdade, o que se tem percebido é que esse “modismo” está cada vez mais sério, sustentado por consumidores conscientes que não somente consomem tais produtos e serviços, mas também contribuem com a disseminação dessa idéia, comentando com amigos, indicando para os seus clientes ou escrevendo um artigo para várias pessoas poderem ler e conscientizar-se. 😉

Alguém mais chato ainda poderia dizer: certo, mas os produtos e/ou serviços dessas tais empresas verdes muitas vezes são mais caros, o que eu ganho ao adquiri-los? Bem, talvez a consciência tranqüila por saber que está ajudando a tornar este mundo um lugar melhor, por saber que está ajudando uma empresa a atuar de forma ecológica e socialmente correta. Se isso não basta para você, para mim basta, pois sei que estou ajudando a contribuir para um mundo melhor para o meu filho, Dimitri, de apenas um mês de idade. 🙂

É dever das empresas respeitarem o espaço (leia-se aqui meio ambiente, comunidades e demais envolvidos) que elas ocupam e hoje nós podemos fazer com que elas cumpram isso. Como? Oras! Estamos em um mundo globalizado, onde os problemas deixam de ser tratados como regionais, locais, e passam a ser considerados no âmbito global, ou seja, o que acontece lá no Japão também me importa, pois pode estar ferindo um planeta que é de todos nós.

Use as ferramentas que o mundo globalizado lhe oferece: denuncie os ilegais, apóie os que agem corretamente e, acima de tudo, não se deixe ser corrompido. Se na “Web 2.0” a máxima é a colaboração, que tal tornarmos este um “Mundo 2.0”, onde todos agem de forma colaborativa em prol do bem de todos?

Pense nisso. 😉

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