Vou abordar agora uma discussão que muito se falou em 2006: o problema do aquecimento global.
Alguém deve estar pensando: que notícia velha! O próprio autor já menciona que era discutido em 2006 e opta por escrever mesmo assim!
Na verdade, a discussão sobre o tema já é de longa data, mas não foi fechada ainda.
E como estamos falando da sobrevivência de nosso planeta (e, obviamente, de todo o ecossistema nele), com certeza não se trata de notícia antiga – a conscientização deve ser feita cotidianamente.
Aos que estão completamente por fora (podem ter passado uma temporada de férias na Lua, por exemplo), aquecimento global trata-se de um fenômeno que vem ocorrendo em nosso meio ambiente, onde se percebe a elevação da temperatura no planeta como um todo, quer seja por razões naturais, quer seja causada pela ação humana.
Uma das causas do aquecimento global é o efeito estufa, efeito este causado pela elevação da concentração de monóxido e dióxido de carbono na camada de ozônio. O Sol, como sabemos, aquece a Terra. A maior parte do calor é, então, refletida de volta para o espaço. Entretanto, quanto maior a quantidade de gás carbônico (dióxido de carbono), mais desse calor é retido pela atmosfera e, conseqüentemente, pela Terra.
E quem causa o efeito estufa? Todos nós! Boa parte das “combustões industriais”, isto é, das reações utilizando algum tipo de combustível em processos industriais ou por meios desenvolvidos pelas indústrias (como os veículos automotivos, por exemplo) dá origem a monóxido e dióxido de carbono.
Seu carro, por exemplo, contribui para o aumento da concentração de gases carbônicos na atmosfera. Muitas indústrias que usam o carvão, gasolina ou outro combustível inflamável também produzem gás carbônico (em quantidade superior à produzida pelo seu carro, diga-se de passagem).
Sendo assim, é perceptível que é quase inevitável o efeito estufa e, conseqüentemente, o aquecimento global. Veja bem, eu disse QUASE.
E é atrás das possibilidades que restam, que ficam fora do QUASE, que autoridades como a ONU vêm discutindo com os países (principalmente aqueles classificados como maiores poluentes) a fim de encontrar alternativas que causem menos impacto ambiental.
A primeira medida é, obviamente, a substituição de combustíveis que poluem em excesso.
Caso interessante é o da utilização do álcool como combustível: você sabia que o álcool produz mesma quantidade de gás carbônico que a gasolina quando queimado? E por que então ele é tão indicado?
Simples! A gasolina vem do petróleo, um bem não-renovável, já o álcool vem de meios vegetais, logo renovável. Além disso, enquanto o álcool passa pelo estágio de produção (ou seja, plantação, colheita, etc.), a vegetação produzida consome gás carbônico, compensando a quantidade que será produzida mais tarde.
Uma outra palavra de ordem é reaproveitamento, ou reciclagem, como muito foi pregado na década de 90 e, hoje, pouco vem se falando. 🙁
A reciclagem ajuda muito, pois reaproveita elementos que já foram usados e que seriam somente descartados, compondo assim a gigantesca margem de lixo que produzimos e que demora meses, anos ou até séculos para se decompor.
Tomemos como exemplo a produção de latas de alumínio: quando se recicla uma lata de alumínio, economiza-se cerca de 95% da energia que seria utilizada para produzir uma sem o processo de reciclagem. Sim, você não leu errado, economiza-se 95%! Além disso, todo o alumínio é reaproveitado – imaginem então o quanto de exploração de minérios foi economizado graças a isso?
O (re)aproveitamento não se limita a reciclar materiais: hoje já é conhecido o processo de utilização da luz solar como fonte energética para várias coisas – o chuveiro elétrico de sua casa, por exemplo, poderia ser aposentado, se você empregasse a luz solar para aquecer a água.
No último fim de semana conheci um senhor que desenvolvera uma forma própria para a criação de aquecedores solares para água. Ele comentava o quão é interessante isso, tanto a nível ambiental, quanto em caráter econômico (pois você reduz o consumo elétrico) e quanto à produtividade (o uso de água aquecida pode agilizar certas tarefas do lar ou do comércio, como no caso de restaurantes, onde agilizaria o cozimento dos alimentos).
Bem, mas o nosso tema hoje não é esse. Comecei falando um pouco sobre o aquecimento global pois estava a fim de apontar um dos indicadores da gravidade da situação: as geleiras (principalmente da Antártida).
Pesquisadores já confirmaram que elas estão reduzindo de volume e que a quantidade de gelo que se desprende de lá (os famosos icebergs) é cada vez maior a cada ano.
Sim, você deve estar se perguntando: E quico?
Bem, o fato é que quanto maior a quantidade de gelo derretido de lá, maior o volume dos oceanos (o que pode literalmente mergulhar nossas cidades costeiras no fundo do mar!). Além disso, quanto menor a quantidade de gelo lá, maior será o aquecimento global (para quem não sabe, as geleiras refletem até 90% dos raios solares!).
Nível do mar subindo, a temperatura sendo elevada… É, a vida em alguns lugares seria um caos. Tanto é que alguns pesquisadores pregam o que seria uma nova “Era do Gelo”, ou melhor, “A Era da Busca pelo Gelo”, onde nós imitaríamos os nossos ancestrais e buscaríamos nos abrigar nas regiões glaciais ou próximas dela, onde o clima estaria mais ameno.
Acredito que o maior problema disso tudo é que não há um método simples para reverter a situação dos pólos. Até propus que cada bloco de gelo que fosse se desprendendo (que pesa “somente” algumas centenas de toneladas), fosse colado rapidamente por meio de alguma cola ultra-rápida – e até ofereci alguns tubos de cola “Super Bond”, mas eles não aceitaram minha proposta – vai-se lá entender porquê. 🙂
Infelizmente a indústria ainda bate o pé e torce o nariz quando se trata de procurar meios menos impactantes à natureza. Nosso papel, como consumidor, é exigir isso dela – de que adianta eu reduzir o uso de meu carro enquanto compro produtos de uma empresa que lida com dezenas de fábricas poluentes e uma vasta frota de veículos para fazer a entrega?
Há algum tempo atrás discutia-se sobre a instalação de filtros de ar nos carburadores dos carros. A idéia era muito boa, mas na época não se sabia como lidar com o carbono coletado. Outro dia vi um experimento que era capaz de utilizar o carbono coletado como matéria-prima, quem sabe não começamos a montar o quebra-cabeça e, assim sendo, poluímos menos?
Bem, o fato é que, de alguma forma, precisamos encontrar um consenso e buscar resolver este nosso “probleminha de grandes dimensões” antes que seja tarde demais. Eu não estou a fim de me mudar para Marte quando a Terra for inabitável – vai que eu não me acostume com o clima de lá!