Computação Gráfica no Brasil

Como profissional da área de jogos, fico muito feliz ao ver o grande desenvolvimento que áreas correlacionadas, como a computação gráfica, vem tendo nos últimos anos.

Antes de falarmos de seus avanços, então, falemos sobre do que se trata CG, não? 😉

O que é Computação Gráfica

A Computação Gráfica (CG, como também é conhecida) trata-se da área que cuida da geração de imagens a partir de informações (que podem designar a imagem no plano 2D ou em um ambiente 3D), empregando o computador como meio que permite o cálculo e renderização das mesmas.

Falamos de computação gráfica quando assistimos a um filme como o Shrek, quando jogamos Second Life ou mesmo quando vemos uma propaganda da Sadia, onde aparece aquele frango magrelo de óculos ( ? ) .

Esta é uma área que exige muita dedicação e criatividade, tanto para aqueles que desenvolvem as ferramentas de computação gráfica (geralmente pessoas com formação na parte de desenvolvimento de sistemas), quanto para aqueles que as usam para gerar um produto final (estas, geralmente pessoas muitas vezes do campo das artes).

Você pode encontrar computação gráfica sempre que precisar exibir informações reais ou fictícias, o que explica o grande destaque que ela vem conseguindo na indústria cinematográfica, em jogos, em arquitetura (as famosas maquetes virtuais), propagandas, etc.

E o Brasil está tão bom assim?

Sim, o Brasil está sim. 🙂

Apesar de muitas vezes passar despercebido pela maioria de nós, muitos brasileiros já estão trabalhando firme na área, tanto aqui no Brasil quanto lá fora. Aliás, vi nomes de brasileiros envolvidos com produções respeitadas mundialmente, como o de Carlos Saldanha, diretor de “A Era do Gelo”, Lúcia Modesto, que cuida de Shrek e Fiona do filme “Shrek”, dentre outros. No campo da pesquisa para o desenvolvimento de novas tecnologias, sempre me lembro de Fábio Policarpo, respeitado por suas contribuições na área de programação de shaders (o que são shaders? Bem, melhor deixar para uma outra hora. 😉 ).

O crescimento do Brasil nessa área já é algo bem mais firme do que em certas outras (como a produção de jogos AAA, por exemplo), o que garante maior estabilidade para quem a busque. Mas, como foi dito, não é uma área fácil. Na verdade, as coisas mais emocionantes, aquilo que geralmente chamamos de sonhos, quase nunca são fáceis de conseguir. Esta é a graça da vida. 🙂

Quais as ferramentas mais empregadas?

Se você se interessou e ficou curioso para saber quais as ferramentas usadas no Brasil, podemos dizer que, em se tratando de arte 2D, geralmente são citadas as ferramentas Adobe Photoshop (agora na versão CS3), Adobe After Effects, Adobe Flash e Gimp, sendo esta última gratuita. 😉

Já quanto às ferramentas para modelagem 3D (como geralmente se chama a arte em ambiente tridimensional), podemos escolher entre 3DS Max, Maya, Cinema 4D, AutoCAD (empregada principalmente em projetos arquitetônicos ou de construção civil) e Blender (esta última, mais uma vez, gratuita, possuindo inclusive um motor para a criação de jogos 3D 😉 ).

E é complicado para aprender? Onde procurar ajuda?

Bem, esta é uma área que, como tantas outras da parte de criação e desenvolvimento, exige disciplina e paciência (já falei isso antes, mas não custa nada enfatizar 🙂 ).

Se você quer realmente entrar nela, é bom estar pronto para ler muito (sites, livros, apostilas), correr atrás de cursos (eu sei, geralmente a gente quer a solução “0800”, mas o fato é que é muito complicado conseguir sempre algo bom e de graça, e tempo é dinheiro, então saiba fazer um bom investimento em si mesmo) presenciais ou online e praticar.

Como opção de site, posso indicar o http://computacaograficabrasil.com que apesar de não conhecer muito, parece ter um conteúdo bastante interessante.

Aconselho também que não fique preso a uma única ferramenta: outro dia um colega meu me disse que, aceitando sugestões de uma outra pessoa, decidiu adotar somente ferramentas open source, escolhendo assim estudar o Gimp e o Blender.

Mais tarde veio perguntar-me se as empresas possuem grande aceitação delas: infelizmente, as empresas que trabalham com modelagem 3D, trabalham muito em cima de 3DS Max e Maya, sendo assim, se você quer tentar uma vaga nelas, você precisa conhecer as ferramentas que ela emprega. Seu conhecimento em Blender não vai ser jogado fora, mas sim associado ao do emprego de outras ferramentas. Ter um maior número de opções de ferramentas pode ser uma vantagem, não somente quanto à ferramenta adotada pela empresa, mas pela experiência variada que cada uma delas lhe agregará.

Obviamente, você também não pode deixar de ser especialista em alguma delas, já que o resultado final contará e muito!

Ah, e quanto estiver “mandando bala” em seus cenários 3D, não deixe de nos avisar: quem sabe amanhã você não é mais um expoente da indústria gráfica brasileira? Eu adoraria saber que eu te ajudei a dar esse pontapé. ^^

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