O ser humano para se manter vivo e saudável necessita alimentar seu corpo físico com nutrientes que consigam realizar essa finalidade de maneira satisfatória. O ato de comer sempre foi descrito através da história da humanidade como um momento de prazer, e cujo principal objetivo era a manutenção de um organismo mais resistente a possíveis enfermidades contribuindo para o bem-estar físico do indivíduo.
No entanto, quando por qualquer motivo o simples ato de se alimentar torna-se quase impossível para a pessoa , os especialistas nessa área têm de lançar mão de recursos para que a pessoa não venha a óbito por inanição. Nessa situação o paciente pode ser submetido a um processo conhecido como nutrição enteral ou parenteral de acordo com suas demandas do aporte de nutrientes. Discutiremos aqui o que significa cada uma e quais as principais diferenças entre os dois tipos de nutrição.
Nutrição enteral
A nutrição enteral pode ser definida como a administração dos nutrientes necessários à manutenção de um organismo humano saudável, ou então de alimentos em forma liquida, por infusão de sondas no intestino ou no estomago do paciente de substâncias formuladas e nutritivas. Esse tipo de nutrição deve ser realizado quando por qualquer motivo a pessoa não consiga se alimentar de maneira adequada ou satisfatória por via oral. Vale ressaltar que esses pacientes apresentam seu sistema digestivo ainda aproveitável do ponto de vista funcional e anatômico.
O principal objetivo da nutrição enteral é proporcionar ao indivíduo o aporte necessário de nutrientes no seu organismo, quando ele está impossibilitado por qualquer razão de ingerir os alimentos por via oral, desde que seu aparelho digestivo esteja em bom funcionamento. Na nutrição enteral podem ser utilizadas dois tipos de dietas: as que são industrializadas e as que são artesanais ou não industriais e, que têm em sua composição somente alimentos naturais ou misturados com os industrializados que são liquidificados para que o paciente possa recebê-los.
Os especialistas descrevem como principais vantagens da nutrição enteral:
- Ser uma alimentação mais fisiológica, pois esta bem próxima da nutrição normal dos seres humanos
- Manter a flora intestinal e o PH normais ou equilibrados
- Ser compatível com a recepção de nutrientes como fibras e proteínas que são mais complexos
- Estimular o trofismo intestinal através da presença dos nutrientes no aparelho digestivo do individuo, contribuindo para a manutenção da mucosa do intestino;
- Favorecer o processo imunológico no trato intestinal;
- Manter a mucosa intestinal com uma espécie de barreira reforçada, que aumenta a proteção do organismo contras os agentes patológicos, em especial as bactérias;
- Administração relativamente fácil e rápida, além de depois de administrada apresentar um baixo índice de problemas decorrentes dessa administração.
As principais formas de acesso enteral podem ser por sonda naso-orogástrica, nasojejunal ou nasoduodenal. A escolha da melhor via de administração deve ser feita pelo especialista que levará em consideração as necessidades e condições orgânicas de cada paciente.
Nutrição parenteral
A nutrição parenteral é utilizada para oferecer ao paciente por via parenteral (chega direto na corrente sanguínea da pessoa) o aporte nutricional que atenda as suas princips necessidades do organismo. Esse tipo de nutrição é administrado quando o trato digestivo do individuo por qualquer razão, se mostra ineficiente para ser utilizado de maneira satisfatória. De acordo com especialistas existem basicamente três tipos de nutrição parenteral: via parenteral propriamente dita, ou via complementar quando sua utilização é em conjunto com o aparelho digestivo, ou central quando o acesso é realizado através das veias periféricas do corpo humano.
O principal objetivo da nutrição parenteral é oferecer ao paciente a administração de nutrientes necessários ao bom funcionamento de seu organismo, quando por qualquer razão a nutrição enteral não é indicada para o caso, sendo que seu principal objetivo seria reduzir ou aliviar as sequelas da desnutrição dos indivíduos impossibilitados de se alimentarem, normalmente por via oral. As soluções com nutrientes na dieta parenteral são preparadas com a supervisão de um profissional especialista na área farmacêutica, de preferência em locais apropriados como as farmácias industriais, e são compostas basicamente por: vitaminas, potássio, cálcio, água, magnésio, potássio, fosfato, ferro, zinco, iodo, manganês, selênio entre outros.
A nutrição parenteral é indicada quando a absorção nutricional pelo organismo é insuficiente, ou a alimentação por via oral é impossível ou muito difícil de ser realizada e o paciente se encontra em um estado crítico de desnutrição.
Considerações finais
De uma maneira geral tanto a nutrição enteral quanto a parenteral deve ser administrada quando o paciente apresentar obstruções no trato digestivo ou intestinal; traumatismo facial ou bucomaxilar; procedimentos cirúrgicos na boca e esôfago; estado geral debilitado; estenose do esôfago ou pilórica, entre outros.
Por Salete Dias