Iodo

Descrição

O iodo trata-se de mais um micromineral nutriente importante para o nosso organismo.

Presente no mar e no solo na forma de íons (iodeto) e na atmosfera, este elemento encontra-se em pequena concentração em nosso organismo (cerca de 15 a 23 mg de iodo para um adulto).

A maior concentração do iodo está na glândula tireóide, onde participa da formação dos hormônios tireoidianos (tiroxina e triiodotiroxina), responsáveis por acelerar reações celulares em quase todo o organismo, atuando assim diretamente sobre a maioria dos órgãos bem como de suas funções orgânicas. E é por participar da formação desses hormônios que o iodo é importante também:

  • No bom desenvolvimento do cérebro e dos neurônios;
  • Na reprodução;
  • Na conversão de betacaroteno em vitamina A, síntese de proteínas e absorção intestinal de carboidratos;
  • Na atuação de várias enzimas.

Recomenda-se a ingestão de 150 mcg/dia (lembrando, isto é micrograma por dia, ou seja um milésimo de um miligrama por dia!) para homens e mulheres saudáveis. No caso de gestantes, aumenta-se este número para 175 mcg/dia e, no caso de mulheres em fase de lactação pode chegar a 200 mcg/dia.

Causas da Deficiência

Geralmente as principais causas de deficiência de iodo são uma alimentação deficiente em iodo ou problemas de saúde que podem levar a uma baixa absorção do mesmo.

Além disso, há alimentos que possuem agentes capazes de impedir ou dificultar a absorção do iodo, como: pêssego, amêndoas, soja e mandioca.

Atualmente, uma das maiores preocupações da vigilância sanitária quanto ao consumo de iodo trata-se do uso do sal não iodado (geralmente o sal-grosso), uma vez que muito do iodo necessário nós adquirimos por meio da ingestão do sal de cozinha (que é iodado).

Conseqüências da Deficiência

O bócio é, com certeza, o quadro clínico mais conhecido quando se fala de deficiência de iodo, mas este não é o único problema que pode aparecer. Os principais sintomas ou conseqüências da deficiência são:

  • Quando no período de gestação, aumenta as chances de:
    • Aborto;
    • Prematuridade;
    • Formação de anomalias congênitas;
    • Risco de cretinismo (um defeito congênito que afeta o desenvolvimento físico e mental do indivíduo);
    • Defeitos psicomotores;
  • Já em crianças e adultos pode desencadear:
    • Bócio;
    • Hipotireoidismo;
    • Problemas nas atividades mentais bem como no desenvolvimento do cérebro;
    • Retardamento no desenvolvimento físico (podendo levar inclusive ao raquitismo por deficiência no desenvolvimento ósseo);
    • Hipertireoidismo induzido pelo iodo.

Além disso, conforme estudos apontam, o excesso de peso pode ser sinônimo de desequilíbrio da tireóide, desequilíbrio este geralmente causado pela deficiência de iodo.

Conseqüências do Excesso

Devido à boa excreção do iodo pelas vias urinárias (lembrando que o iodo não é excretado somente por estas), a tolerância à ingestão de altas doses de iodo é bastante alta.

Pacientes submetidos a uma alta dose de iodo apresentaram supressão da atividade tireoidiana.

Alimentos Ricos em Iodo

Desde 1953 o Brasil adota o processo de iodização do sal de cozinha como forma de prevenir os males que a deficiência de iodo pode causar.

Entretanto o sal-grosso, que deveria ser empregado somente para o uso animal, muitas vezes é empregado na alimentação das famílias pobres nas zonas rurais. Vale lembrar que apesar de estar presente no mar, o iodo é muito volátil e, no momento da secagem da água do mar para a obtenção do sal-grosso o mesmo evapora também, desta forma, o sal-grosso é muito pobre em iodo!

Além disso, podemos citar também os seguintes alimentos como fontes de iodo:

  • Frutos do mar (camarão, ostras), peixes (atum, bacalhau) e algas;
  • Alguns legumes (vagem, rabanete, agrião, nabo, cebola, etc.);
  • Algumas frutas (ananás, ameixas, etc.);
  • Ovo cozido.

Curiosidades e Recomendações

  • A tintura de iodo trata-se de uma solução de iodo em álcool que possui propriedades anti-sépticas, sendo usada na desinfecção de ferimentos;
  • Deve-se tomar cuidado na hora de comprar o sal de cozinha, observando se a embalagem informa que o mesmo foi iodado, bem como o prazo de validade, pois quanto maior o tempo passado, maior poderá ser o prejuízo da qualidade do iodo ali colocado;
  • Antes de uma cintilografia, o médico pode pedir ao paciente que adote uma dieta pobre em iodo.

Referências Bibliográficas

Ciências Nutricionais, de J. E. Dutra-de-Oliveira e J. Sérgio Marchini