Mentir faz parte do desenvolvimento cognitivo das crianças

Sim, isso mesmo! Segundo um estudo feito no Canadá, a capacidade de mentir de uma criança trata-se de um sinal de inteligência, isto é, a mentira faz parte do seu desenvolvimento cognitivo. Tomei conhecimento de tal estudo por meio do artigo Saber mentir é sinal de inteligência em crianças, sugere estudo, publicado no Dihitt.

Que o “faz-de-conta”, aquela fase em que a criança brinca e fantasia diversas situações, faz parte de seu desenvolvimento cognitivo, nós já sabíamos (bem, ao menos eu já sabia e havia comentado com várias pessoas sobre a importância de estimular tais tipos de brincadeiras com as crianças). Entretanto, o estudo canadense vai além quando diz que o simples ato de mentir como forma de esconder alguma informação é sinal de inteligência nas crianças. Segundo esse estudo, de forma um pouco similar às brincadeiras de faz-de-conta, a criança necessita ter a habilidade de recriar uma história, um malabarismo mental como citou Marcos Molina, entretanto o ato de mentir vai um pouco mais além, na medida em que tem como objetivo não somente recriar uma situação por caráter lúdico, mas sim a finalidade de ocultar uma verdade, talvez indesejada naquele momento.

E não pára por aí…

O estudo aponta também duas outras coisas igualmente importantes:

  • A aplicação de uma educação rigorosa ou religiosa demais não influencia na frequência de mentiras contadas pela criança, em outras palavras, não adianta aplicar punições severas esperando fazer a criança parar de mentir – faz parte de seu desenvolvimento cognitivo e é necessário que os pais consigam ensinar de forma mais adequada à criança onde é ou não apropriado o uso de tal artifício;
  • Aparentemente não há relação entre as mentiras contadas na infância e a desonestidade na vida adulta, em outras palavras, os pais não precisam se preocupar e começar a pensar que os seus filhos se tornarão maus exemplos ou maus cidadãos somente porque contam uma mentirinha enquanto crianças.

Então é hora de brincar!

Aproveito então o momento para reforçar a importância dos jogos e das brincadeiras de faz-de-conta no desenvolvimento da criança – simular (é isso o que as crianças fazem, só que mentalmente) é sempre uma excelente forma de aprender. Dê,então,  aos seus filhos não somente o direito de aprender, mas participe com eles, ajudando assim a criar a ambientação propícia para o seu desenvolvimento.

Nós, antes mesmos de nos tornarmos seres sociais, já somos “seres lúdicos”, homo ludens, como diria Huizinga. Basta observar que qualquer criança antes mesmo dos quatro meses de idade já começa a perceber “as regras do jogo” e a brincar. Quer um exemplo? Quando meu filho tinha somente seis meses de idade, brincávamos com ele jogando um lenço sobre o seu rosto, o qual ele tentava pegar enquanto ria muito. Outro dia, assim que pegávamos o lenço ele já começava a rir, pois ele ainda lembrava do jogo bem como da regra, logo ele já começava a tentar pegá-lo.

E se seu filho está mentindo, saiba como repreendê-lo e demonstrar que aquela não é a melhor forma de se resolver a situação em questão – agressão infantil, além de crime, não ajudará a “resolver” isso, conforme os cientistas canadenses pesquisaram.

Agora, momento pai coruja: quem tem o filho mais inteligente? O meu filho mente muito! 😀

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