Chega a ser quase inacreditável imaginar que em um mundo como o nosso, tão cheio de tecnologia, onde pensamentos e imagens podem ser transmitidos por grandes distâncias em questão de frações de segundo, ainda sofremos tanto com o problema da desnutrição infantil. A desnutrição infantil ainda é a causadora de muitos casos de mortalidade infantil, bem como agravadora do quadro-clínico de outras. Tal problema de saúde ocorre principalmente em países com menor desenvolvimento econômico, principalmente entre as classes sócio-econômicas mais baixas. No Brasil, esse também é um problema bastante conhecido – e ainda não solucionado por completo.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), desnutrição pode ser compreendida como sendo o resultado de uma má nutrição calórico-proteica. Desta forma, fica entendido que desnutrição é um estado crônico de carência de calorias e/ou proteínas, tendo como consequências a interrupção do desenvolvimento normal do organismo, levando assim a problemas bioquímicos, anatômicos e funcionais.
Agentes causadores da desnutrição infantil
Não há uma única causa da desnutrição, sendo possível o seu desencadeamento por fatores sócio-econômicos, patológicos ou alimentares. Vejamos agora alguns dos principais agentes causadores da desnutrição infantil:
- Dietas mal planejadas e/ou infecções podem levar a problemas na ingestão ou absorção de proteínas, carboidratos e/ou calorias;
- Razões psicológicas também podem levar ao desenvolvimento do quadro de desnutrição infantil, por exemplo, uma criança que se sinta rejeitada pelos próprios pais pode desenvolver um quadro de anorexia, o que a levará a não alimentar-se corretamente;
- Em certas localizações geográficas, podemos encontrar famílias cuja situação sócio-econômica é a principal razão para o surgimento de casos de desnutrição nas mesmas. Uma outra possível causa é a insuficiente produção de alimentos, que torna os mesmos mais caros;
- No caso de recém-nascidos e bebês, pode-se desenvolver quadro de desnutrição infantil no caso da não-amamentação da criança ou mesmo no desmame precoce.
Em literatura médica, não há um consenso exato quanto à melhor forma de classificar-se tal tipo de problema de saúde, sendo uma das mais empregadas a tabela segundo Coste (1978).
- Quando o paciente possui uma redução no desenvolvimento de seu peso superior a 10%, porém inferior a 25%, pode ser considerado um caso de desnutrição de 1º grau;
- Já caso a perda de peso seja superior a 25%, porém inferior a 40%, então podemos entender este como sendo um caso de desnutrição de segundo grau;
- E por fim, caso o déficit seja superior 40%, então estamos diante de um grande caso de desnutrição de terceiro grau.
Sintomas
- Sintomas universais – retardamento no desenvolvimento físico e intelectual, perda do tono muscular e alterações psíquicas, como maior irritabilidade, depressão mental e apatia;
- Sintomas circunstanciais – formação de edemas e lesões em várias partes do corpo, principalmente na pele, na mucosa e nos globos oculares;
- Sintomas agregados – organismo torna-se mais propício ao desenvolvimento de infecções, bem como a alterações emocionais dependendo do ambiente em que a criança se encontre.
Prevenção e tratamento da desnutrição infantil
A desnutrição infantil trata-se de um problema bastante sério, que pode levar a criança à morte. Contando-se com a ajuda de um profissional da área de Nutrição e seguindo à risca suas orientações, é possível reverter o problema. Deve-se considerar também o papel do governo na prevenção e tratamento da desnutrição infantil, que deve atuar por meio de programas e campanhas.
No caso da causa ser de razão sócio-econômica, deve-se procurar o devido apoio a fim de conseguir a conscientização necessária para alterar tal situação. No caso de desnutrição provocada por dietas mal gerenciadas, problemas psicológicos e outras razões, o acompanhamento por meio de um profissional competente (quanto à causa) pode ajudar a superar todos os obstáculos que serão encontrados.