Diariamente, ligamos nossos aparelhos televisores e ouvimos falar na tão famosa reforma da Educação: os políticos de direita afirmam que a atual gestão está executando belíssimo plano de reforma na Educação, enquanto que políticos de esquerda acusam o governo de negligência na administração de escolas e universidades públicas. Mas afinal de contas, o que realmente está acontecendo?
Infelizmente a reforma na Educação aparentemente evolui a passos tão lentos quanto qualquer outra reforma – na segurança pública, no trabalho, na saúde, etc. e acredito que esta é uma das poucas certezas que nós temos.
Governo aponta que o número de vagas nas universidades e escolas públicas triplicaram ou quadruplicaram, mas a qualidade do ensino em si, que é o ponto-chave para determinar se nossos alunos estão sendo bem preparados ou não, é esquecida. E eu me pergunto: de que adianta quantidade de vagas sem qualidade na educação oferecida?
Até meados deste ano, trabalhei como professor substituto em uma universidade federal e poderia apontar um grande número de coisas que precisam ser melhoradas. Infelizmente essa lista cairia no puro esquecimento e nada mudaria.
Se por um lado há mais incentivos por parte do governo do que outrora (como o bolsa-escola, bolsas integrais e financiamentos para estudantes universitários, por exemplo), em contrapartida a qualidade do quadro docente, dos materiais disponibilizados (livros, salas de aula, recursos multimídia) e da abordagem do processo ensino-aprendizagem parece não estar acompanhando os anseios dos alunos e do mercado profissional.
Se você tiver a oportunidade de participar de algum seminário sobre educação (principalmente envolvendo os novos tipos de tecnologia) surpreender-se-á com novas propostas de ensino muito atraentes, capazes de oferecer aos alunos recursos para explorar e combinar os novos conhecimentos, e não somente forçá-los a memorizar informações.
E se as propostas são interessantes, o que dizer a respeito dos recursos multimídia de que poderíamos dispor hoje? As escolas ainda trabalham fortemente arraigadas à forma textual em combinação com a explicação verbal do professor. Quão interessante não poderia ser se utilizássemos de forma adequada também vídeos, arquivos de áudio, jogos, hipertextos e meios de discussão e construção do conhecimento de forma colaborativa?
Infelizmente isso pede adaptações que, ainda hoje, professores e alunos talvez não estejam aptos a aceitar e empregar.
Mas afinal de contas, quando nós teremos nossa reforma na Educação? Precisamos pedir a quem? Quem possui o poder de começá-la?
Se analisarmos a fundo, perceberemos que somos cúmplices no atraso no desenvolvimento educacional do país. Por mais que procuremos apontar outrém como culpado, somos nós mesmos os responsáveis.
Somos responsáveis quando, na função de eleitores, não elegemos políticos que estão realmente preocupados com a Educação. Somos responsáveis quando, na função de professores, não trabalhamos todos os meios de que dispomos para enriquecer as aulas. Somos responsáveis quando, na função de pais, não nos preocupamos em acompanhar verdadeiramente a educação de nossos filhos (sim, somente pôr ele na escola e esperar que isso seja o suficiente não basta, é necessário acompanhamento!). Somos responsáveis quando, na função de alunos, não buscamos aprender melhor bem como enriquecer as aulas.
Enfim! Há tantos os papéis em que somos responsáveis e sempre por um “não”, sempre pela negligência. “Ficar em cima do muro não resolve nada”, lembro-me de ter ouvido certa vez. E acredito que tenha razão.
Desta forma é que proponho uma reforma na Educação, só que não uma “reforma fantasma”, muito anunciada e jamais realizada. Proponho que você, amigo leitor, comece a reforma em sua casa, em sua escola, em sua cidade. Mudar, conscientizar, educar uma única pessoa pode parecer pouco para você, mas aquela pessoa irá influenciar outras e outras, expandindo assim os frutos de seu esforço. E então, o que custa tentar?
Proponho assim que cada qual busquemos responder uma simples pergunta…
Que ações podem ser tomadas para uma reforma na educação hoje?
Bem, eu fiz a pergunta, serei assim o primeiro a respondê-la. Em minha visão como tecnólogo (não no sentido da graduação a nível de tecnólogo, mas sim no sentido de pesquisador sobre tecnologias), acredito que há grandes lacunas que podem ser preenchidas pelo devido uso de material multimídia projetado para melhor educar à distância.
A Educação à Distância hoje é uma vertente da educação muito subutilizada, talvez por problemas de inclusão digital, talvez por considerar os recursos necessários para tal muito caros. Enfim, a EaD poderia ser melhor empregada a favor da educação de milhões de brasileiros que perdem a oportunidade de participar de cursos de graduação ou técnico-profissionalizantes.
Desta forma, proponho que, como uma passo que nós possamos oferecer a favor da reforma na Educação, que busquemos desenvolver e apoiar iniciativas de cursos à distância, seja financiando (quem pode!), seja divulgando.
Sendo assim, farei um planejamento intensivo a fim de lançar, até fins deste ano ou início de 2010, material indicando como empregar novos recursos em cursos tanto presenciais quanto à distância – esta será a minha contribuição.
E você, já sabe que ações podem ser tomadas para uma reforma na educação hoje? Se sim, comente aqui falando sobre e ajude-nos a construir uma reforma na Educação realmente efetiva!