A pornografia infantil na Internet brasileira

A pornografia infantil na Internet basileira vem crescendo de forma assustadora, segundo dados da ONG Safernet. Segundo a mesma, foram mais de 25 mil denúncias recebidas só no primeiro semestre deste ano. Mas, o que está acontecendo, por que essa “onda crescente” de um problema que há tanto tempo é combatido? Infelizmente, após alguma análise, percebe-se que o problema começa por atitude das próprias crianças e adolescentes e de seus responsáveis.

Sexting – uma nova raiz para o problema

Crianças e adolescentes gostam de sentir-se acolhidas pelo grupo de amigos. “Entrar na tribo”, como alguns dizem. Por isso, muitas vezes, agem de forma similar a outros, fazem aquilo que é “normal”. Quando os novos hábitos são saudáveis, ótimo, o problema é que raramente são, uma vez que jovens gostam de romper regras como uma forma de demonstrar poder e rebeldia.

Um novo hábito que vem se formando desta forma é o sexting, fusão das palavras sex e texting, utilizada para definir o ato de enviar fotos sensuais em poses nuas ou semi-nuas por mensagens de celular, muito praticado por jovens atualmente. O problema é que nunca se sabe se o receptor das mesmas irá somente mantê-las ou publicá-las posteriormente…

E assim, aquelas fotos que uma garota pensa ter enviado somente para o namorado ou amiga(o) pode mais tarde ser publicada, disseminada pela Internet não somente a nível nacional.

Sexting + Orkut – uma raiz ainda mais forte

Se o fato de enviar uma foto semi-nua para uma outra pessoa pode representar um grande problema, o que dizer sobre aqueles que publicam por si próprios suas fotos em redes sociais como o Orkut, a rede social que mais sofre com esse problema.

Diariamente, o Google examina e cancela diversas contas com fotos publicadas por pedófilos, mas a situação não é tão fácil quando o próprio jovem publica sua foto, ou seja, ele dá o consentimento para que outros vejam fotos de seu corpo exposto.

Infelizmente nossos jovens desconhecem ainda as consequências de  seus atos: hoje, encontramos diversos sites e blogs com conteúdo pornográfico expondo as tais fotos encontradas no Orkut. Em outras palavras, a menina que hoje acredita estar “abafando” por expor fotos sensuais aos seus conhecidos, amanhã poderá estar sendo vista por e “com outros olhos” em sites adultos, até mesmo comparadas a “profissionais do sexo”.

As consequencias de tanta libertinagem

Como citado anteriormente, tais fotos publicadas nas redes sociais (ou usando outros meios para disseminar) acabam por não somente alimentar uma indústria pornográfica clandestina como também por deturpar a imagem dos jovens cujas fotos foram publicadas.

O site sobre Tecnologia da Terra comentou a respeito de uma jovem americana que se suicidou, ridicularizada e difamada como “vagabunda”, após ter suas fotos nuas publicadas na escola pelo seu ex-namorado. Seus pais iniciaram então uma luta por leis que punam rigorosamente a prática de sexting, tanto de quem envia quanto de quem recebe e/ou divulga as fotos de terceiros.

E onde estão os responsáveis?

Em primeiro lugar, devemos salientar que os pais ou responsáveis pelos menores não são os únicos responsáveis, mas possuem parte da responsabilidade, uma vez que precisam estar mais atentos às atividades de seus filhos.

Muitos nem mesmo sabem o que seus filhos fazem na hora do lazer ou se ao menos frequentam as escolas e quando os jovens não conhecem os limites em casa tendem a transpor isso para os outros aspectos de sua vida, principalmente por desconhecerem as implicações que haverão mais tarde.

Garotos e garotas que não são acompanhados pelos seus pais e usam a Internet livremente são os mais suscetíveis a tais práticas.

Entretanto, isso não acontece somente em casa, mas também nas escolas, lan houses e qualquer outro lugar onde haja acesso à Internet.

E qual a solução?

Bem, se houvesse solução fácil, o problema já estaria resolvido, mas não está.

Já temos alguma fiscalização na Internet hoje – há acordos entre grandes empresas provedores de conteúdo e mecanismos de busca (como o Google) para que indícios de pornografia infantil na Internet sejam imediatamente analisados e repassados para a polícia federal – mas não é suficiente. Sem a conscientização dos próprios jovens e supervisão dos pais, esta será uma batalha perdida.

Então fica aqui a pergunta: como melhor conscientizar nossos jovens para que eles percebam as reais consequências de seus atos? Comente conosco, quanto mais discutirmos, mais soluções poderemos encontrar para combater  a pornografia infantil (na verdade, infanto-juvenil) na Internet Brasileira.

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