Como todos sabemos, música é arte, manifestação cultural expressa de forma sonora e interpretada por aqueles que a dançam.
Entretanto, as transformações e criações de novos ritmos musicais não refletem somente mudanças nas preferências da população: refletem também aquilo que somos, como um espelho do nosso dia-a-dia.
Da violência e marginalidade expressas no rap à paz e tranqüilidade transmitidas em uma bossa nova, cada música acaba sendo um fiel retrato de um subconjunto do universo em que vivemos.
Então devemos começar a nos preocupar, uma vez que muitas letras de música fazem apologia a sexo, violência e certos atos não muito corretos, pois isso é um sinal de que estamos nos tornando uma civilização doentia.
Não quero com isso passar a imagem de bom samaritano, pois de santo só tenho o sobrenome (que é Santos 🙂 ), mas que tipo de crianças podemos esperar que cresçam e se tornem bons cidadãos, vivendo numa comunidade onde desigualdade social é tratada como algo banal? Que tipo de pessoa alguém pode se tornar se a música que ele ouve mais parece um solo de metralhadora ou mesmo tão vulgar que só deveria ser ouvida em bordéis?
Nessas horas, o silêncio também serviria como um bom retrato. Retrato de uma sociedade preocupada, refletindo sobre seus problemas.
Eu preferiria que meu filho crescesse ouvindo uma bela bossa nova e imaginando quão bom e solidário pode ser o mundo, a pensar que o mundo não tem mais solução.