A Mão-de-Obra Criativa

Mais uma vez, boa noite a todos!

Como todo bom leitor-traça-livros, estou com mais uma novidade aqui: o livro “Gestão do Conhecimento”, da Harvard Business Review (nada como ser professor para poder pegar um bom livro e poder passar com ele um mês inteiro, podendo assim ler calmamente! 🙂 ).

O livro traz uma leitura interessante sobre um tema já muito discutido (mas ainda pouco praticado): a necessidade de mudanças na gestão das empresas a fim de que o conhecimento seja tido como peça fundamental no processo de produtividade e controle da qualidade de produtos e serviços.

Ele aborda vários temas, cada qual escrito por um autor diferente, tentando assim reproduzir a melhor perspectiva para quem busca compreender como o bom uso da informação pode trazer bons resultados. Ah, a propósito, o livro possui vários estudos de casos de empresas que empregaram a boa informação como meio de gestão e fizeram sucesso.

Para não dizer que somente falei bem do livro, já vou avisando de antemão que para conseguir uma boa leitura deste livro deve-se fazê-la de forma bastante atenciosa para conseguir apreender as novas informações. E não vou negar que algumas coisas lá comentadas nós já ouvimos ou lemos em outros lugares, mas com certeza os estudos de caso são muito bons. 🙂

Mas meu objetivo aqui não é fazer uma resenha ou análise crítica do livro, mas sim falar sobre algo que esta leitura fez-me lembrar: a importância da mão-de-obra criativa.

Nos últimos anos, percebemos uma leve mudança no plano estratégico das empresas: antigamente, víamos isso em uma camada intermediária, a gerencial e, atualmente, com o advento de profissionais melhor preparados e com uma melhor visão do processo, podemos dizer que boa parte das estratégias são formadas agora na camada operacional, o tão famoso “chão-de-fábrica”.

Isso é bastante perceptível: as empresas não procuram mais uma pessoa “para fazer o serviço”, elas procuram alguém que “compreenda o processo, que tenha iniciativa, que goste de inventar e que tenha amor por aquilo que faz”.

Infelizmente, isso acaba por aumentar ainda mais o abismo que há entre aqueles que sempre estão se atualizando e aqueles que nem mesmo gostam de aprender. E ninguém espere que essa exclusão acabe por
terminar de uma hora para outra, pois este é um processo irreversível, uma vez que as empresas já perceberam a importância da informação em seus negócios.

Uma das maiores vantagens que vejo nisso é que ficou mais fácil a ascensão de alguém que está no chão-de-fábrica a nível profissional. Além disso, a equipe passa a se sentir mais motivada, uma vez que vêem suas decisões e opiniões como importantes para o futuro da companhia.

E se há um lugar onde este processo seja bastante perceptível é principalmente nas pequenas empresas da área de TI, onde geralmente todos os envolvidos possuem ao menos o nível técnico de formação educacional e lidam cotidianamente com a informação como principal produto de seu trabalho.

Nessa perspectiva é onde me encaixo. 🙂 Atuando no desenvolvimento de jogos, faço parte do que chamamos de “chão-de-fábrica”, ou seja, aqueles que “fazem a coisa acontecer”. Mesmo atuando principalmente como programador (e em alguns projetos como game designer), muitas vezes minha opinião é importante a fim de se repensar possíveis problemas bem como na busca por soluções.

Mas alguém poderia se perguntar: o que é afinal a mão-de-obra criativa? Como identificá-la?

Bem, não sou com certeza o mais apto para falar disso, mas mesmo assim vou expor aqui alguns pontos importantes na formação e identificação deste indivíduo:

  • Deve possuir um grande interesse naquilo que é importante para a empresa – é complicado manter e principalmente motivar um funcionário que não tenha afinidade com as atividades da companhia. É como dizem: “você pode não fazer tudo o que ama, mas deve amar tudo o que faz”;
  • Deve gostar de se manter sempre atualizado – pior que a falta de informação é a falsa informação, o que levaria a companhia a tomar decisões baseada em informações desatualizadas, sendo assim ela sempre busca um profissional que encare a importância de manter-se atualizado não como uma obrigação / punição, mas sim como um desafio, um alimento para a sua mente;
  • Deve estar apto a aprender com seus próprios erros e, principalmente, com os erros dos outros – errar é humano, mas não aprender com ele é burrice! Se você erra, mas aprende com o erro, você adquire um novo conhecimento que poderá ser proveitoso para a empresa;
  • Deve possuir um perfil flexível e gostar de discutir e ouvir idéias e opiniões – outro problema que muitas empresas enfrentam é quando empregados (quer sejam do chão-de-fábrica, quer sejam da média gerência), não gostam de ouvir e discutir idéias. A teimosia de alguns pode levar a empresa a perder boas oportunidades – o ideal é que cada qual saiba ouvir antes de querer ser ouvido;

Estes quatros “deves” devem ser suficientes para que você possa repensar sua postura como profissional criativo. 🙂

A propósito, após uma breve reflexão, responda: você hoje assume a postura criativa na empresa ou você ainda prefere adotar ainda o perfil do pobre trabalhador criado após a Revolução Francesa e que nunca sabe até quando terá seu emprego?

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