Olá a todos e espero que estejam interessados em mais uma discussão que reflete sobre coisas de nosso cotidiano, no caso deste artigo, os riscos do excesso de informação. Sim, você pode estar até achando estranho, “como o excesso de informação pode ser prejudicial?”.
Sinto muito em desapontá-lo, mas sim, o excesso de informação pode e geralmente é prejudicial, podendo causar-lhe pequenas complicações como atrasos em algumas tarefas do seu dia-a-dia, como também grandes problemas, levando à não tomada de decisões cruciais que necessitem de uma resposta rápida.
Os fundamentos da Era da Conhecimento
Você já deve ter ouvido em alguma lugar que estamos vivendo a Era da Informação, onde toda a nossa sociedade bemd como nosso modus vivendi gira em torno de nossa capacidade de coletar, classificar, selecionar e transmitir a informação.
Bem, alguns preferem ir um pouco além e dizer que não é exatamente a informação, mas sim o conhecimento que assume papel de destaque em nossa socidade. Estamos vivendo, então, a Era do Conhecimento – não basta você deter diversas informações, você precisa saber selecioná-las, compreendê-las e gerar conhecimento útil.
Talvez a diferença entre informação e conhecimento não esteja bastante clara, mas o que você precisa realmente compreender é que apesar da informação ter seu papel positivo na sociedade, há informações que são inúteis, que não contribuem com o desenvolvimento da mesma, ou que apesar de sua importância precisam ser analisadas e compreendidas sob determinada ótica, gerando assim o conhecimento, para que o mesmo possa ser aproveitado.
Mais ação em menos tempo
Com o passar dos anos, a tecnologia bem como a formalização do processo de transmissão de conhecimento vêm contribuindo para o desenvolvimento de um novo fenômeno, onde cada indivíduo necessita cumprir suas tarefas em um intervalo de tempo cada vez menor e com menor propensão a erros – vivemos assim como se fôssemos “operários de uma linha de produção taylorista” em aceleração.
Eu mesmo enquanto digito este artigo, preocupo-me com a velocidade com que digito as palavras, redução da quantidade de erros tipográficos e tantas outras coisas mais. Se queremos ir mais longe, precisamos conseguir fazer mais, é o que nos dizem.
Aprendemos desde cedo a ligação entre teoria e prática – quanto mais informações teóricas recebemos, possivelmente teremos melhores resultados práticos. Isso acaba por impulsionar-nos em uma busca por mais e mais informação.
Como posso digitar melhor? Como posso cuidar melhor de meu filho? Como posso ter maior sucesso em uma entrevista de emprego? Como elaborar um currículo melhor? Como posso ser um melhor profissional? Como ajudar meus filhos na escola? Enfim, há inúmeras perguntas rondando nossas mentes e nós precisamos das respostas em um tempo recorde – agora.
O início da “hiper-informação”
E assim, em busca de mais e mais informações, passamos a parecer “esponjas cerebrais” tentando absorver tudo o que vemos e ouvimos. Só há um pequeno problema: o excesso de informação acaba por nos prejudicar, tanto quanto a sua falta.
Vamos tomar como exemplo o internauta que possua grande interesse por um determinado assunto, ganhar dinheiro, por exemplo (aliás, se este assunto for do seu interesse, você pode querer ver o curso Como ganhar dinheiro na Internet, publicado em nosso blog Clube do Dinheiro). Esse usuário passa então a navegar na Internet e a ler diversos livros, revistas e e-books sobre ganhar dinheiro dentro e fora da Internet.
Até aí tudo bem, pois a leitura é o primeiro passo para a aquisição da informação, o problema é quando ele não percebe o momento certo de dar o próximo passo, no caso, iniciar o seu próprio negócio ou ao menos fazer uma pesquisa mais direcionada àquilo que deseja fazer.
Com o tempo, esse leitor ficará bastante frustrado, recebendo diversas e diversas informações a respeito, mas jamais conseguindo alcançar o seu objetivo – ele próprio ganhar dinheiro. As informações não estão erradas, mas o excesso de informação pode estar prejudicando-o, impedindo-o de executar o primeiro passo em busca de seu sucesso.
O princípio da ignorância seletiva
Atualmente estou lendo o livro The 4-Hour Workweek (no Brasil, Trabalhe 4 Horas Por Semana) de Timothy Ferris (não se preocupe, em breve publicaremos uma resenha sobre esse livro aqui no Giga Mundo), uma obra bastante interessante, pois não prega o “trabalhe muito e torne-se rico”, mas sim a possibilidade de ter uma vida de excelente qualidade mesmo que ainda não seja rico por meio do uso inteligente de certas técnicas. E uma dessas técnicas, como você já deve imaginar, é a ignorância seletiva.
Por ignorância seletiva compreendamos a importância de ignorar tudo aquilo que não é realmente relevante para as nossas vidas.
Em nosso dia-a-dia, nos acostumamos a imaginar que todas as informações são úteis. “Talvez isso não seja útil agora, mas quem sabe amanhã?”, assim pensamos. E, assim, começamos a transformar nossos cérebros em depósitos de informações que jamais serão utilizadas.
Segundo a ótica dos defensores da ignorância seletiva, se uma informação não é realmente útil, não há necessidade de processá-la, armazená-la.
Se ignorarmos informações aleatórias e começarmos a focar naquilo que realmente é útil, conseguiremos melhor desempenho em nossas atividades, bem como um aproveitamento muito maior das informações realmente úteis.
E na prática?
Bem, não é do meu feitio simplesmente falar sem testar. Neste momento, estou vivendo uma “dieta de baixa informação”. Jornal? Não obrigado. Artigos não importantes para meus estudos ou trabalho? Dispenso.
Até agora, os resultados foram muito melhores do que eu imaginava: devo ter conseguido uma melhoria de desempenho em meus trabalhos de 50 a 100%, consegui aproveitar melhor o meu tempo livre com minha esposa e filho e diversos outros benefícios menores, como um aprendizado mais consistente daquilo que me determino a aprender. E estou praticando isso há somente alguns dias!
O autor propõe fazer isso durante uma semana. Pretendo estender isso indefinidamente, ao menos enquanto eu perceber que os resultados são favoráveis.
É perceptível então que o excesso de informação, em vez de ajudar-me, estava a atrapalhar, prejudicando meu desempenho em diversas coisas não somente no campo profissional mas também no círculo familiar. E você, em sua opinião, quais os riscos do excesso de informação nesta nossa Era do Conhecimento?