É de consenso comum que o excesso de sal na dieta pode promover o aumento da pressão arterial nos indivíduos, devido ao aumento do volume e de sangue, que colocam mais pressão sobre as paredes dos vasos sanguíneos do organismo. Essa situação acaba forçando o coração a bombear o sangue com mais força contra a pressão dentro do corpo, e também promove as alterações estruturais que endurecem a parede do vaso sanguíneo. Neste artigo veremos se há alguma relação entre o excesso de sal e as doenças cardiovasculares.
Estatísticas apresentadas pelas pesquisas realizadas
Segundo estatísticas, cerca de um terço de todos os adultos e mais de 50% das pessoas acima da idade de 55 anos têm hipertensão que apresenta riscos significativos. Níveis sanguíneos elevados de pressão resultam em cerca de 60% dos derrames e 50% das doenças coronarianas.
Notoriamente, o risco de ataque no coração do indivíduo e o acidente vascular cerebral começam a aumentar com as pressões sistólicas acima de 115 mm Hg – consideradas relativamente boas se comparado à maioria dos padrões.
Além disso, o sal na dieta não só é perigoso para os sistemas cardíacos e vasculares cardiovascular, como também pode contribuir em algumas pessoas para a doença renal, osteoporose, úlceras, câncer de estômago, entre outros.
Consequências do excesso de sal na alimentação das pessoas
Não há novas evidências que sugiram que a ingestão em excesso de sódio na dieta alimentar promova o desenvolvimento da placa aterosclerótica e enfermidade cardíaca, mesmo naqueles que não apresentam elevação da pressão arterial.
Na década de 1990, verificou-se que a relação entre a ingestão de sal e o índice de óbito em virtude de um acidente vascular cerebral nos indivíduos era mais forte do que a relação entre a pressão arterial e a mortalidade por AVC. Essa verificação sugere que o sal poderia ter efeitos prejudiciais sobre o sistema cardíaco e vascular nas pessoas, que não fossem relacionadas com a pressão sanguínea.
O excesso de sódio na alimentação causa danos diretamente às concentrações de sódio no sangue, afetando as células das paredes dos vasos sanguíneos e do volume do sangue, mesmo se a pressão arterial não sofrer alteração. Os resultados finais são alterações estruturais em longo prazo na parede do vaso, incluindo seu espessamento e sua rigidez arterial.
O excesso de sódio na dieta pode promover também mudanças nos sistemas hormonais do corpo humano, e também os genes em células endoteliais, que são as que formam o revestimento interior dos vasos sanguíneos.
Estas modificações, podem também promover o crescimento em excesso das células musculares lisas vasculares, contribuindo para o espessamento da parede do vaso sanguíneo, a produção alterada de proteínas estruturais importantes, tais como o colágeno e a elastina, que contribui para a rigidez arterial.
O sal da alimentação consumida pelos indivíduos também tem sido associado à disfunção endotelial, que é a incapacidade das células endoteliais regularem de forma adequada a pressão sanguínea. Vale ressaltar que esse evento é um dos que iniciam a formação de placa aterosclerótica.
A redução do sal na alimentação não é só importante para aqueles que já têm pressão arterial elevada, limitar a quantidade de sal ingerida é essencial para todas as pessoas, para que o sistema cardiovascular possa ser mantido em bom funcionamento.
Devemos consumir somente uma quantidade adequada de calorias, ingerindo alimentos saudáveis e evitando acrescentar muito sal na dieta. Isso pode nos proteger contra ataques cardíacos e derrames.
Também é importante lembrar que um baixo teor de gordura em uma dieta alimentar, diminui o nível de colesterol contribuindo para um possível desenvolvimento de pressão alta no futuro.
Novo estudo não encontra nenhuma ligação entre sal e doença cardíaca
Um estudo novo bastante controverso, e que vem sendo alvo de debates científicos está questionando a ligação repetida muitas vezes entre o consumo de sal em excesso e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Uma primeira análise examinou os resultados de sete estudos clínicos e não encontrou nenhuma evidência consistente de que a redução do consumo de sal possa prevenir enfermidades cardíacas. No entanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo de apenas cinco gramas de sal por dia.
Porém, foram observadas que as pessoas em muitos países ocidentais normalmente comem o dobro. As autoridades de saúde pública já estão procurando modos de reduzir o teor de sal dos alimentos. Alguns estão trabalhando com os fabricantes de alimentos para diminuir o sódio dos alimentos.
Por Salete Dias