Conhecida desde 2000 a.c. no Irã, a romã é uma fruta que chegou até o nosso país nos tempos da colonização brasileira trazida pelos portugueses. Desde esse período as propriedades benéficas da romã para o organismo dos seres humanos já era conhecida como os chás da fruta para tratar infecções na garganta, irritação nos olhos e até verminoses.
Propriedades da romã comprovadas cientificamente
De acordo com pesquisadores a romã pode ser encontrada em dois tipos: a romã amarela e a romã vermelha. A primeira é uma variedade brasileira enquanto que a segunda é uma variedade proveniente do Canadá. A vermelha possui aparentemente uma menor quantidade de sementes se comparada com a amarela, além de uma casca um pouco mais fina que a outra. No caso da romã de cor amarela possui uma casca mais grossa, maior quantidade de sementes e um mesocarpo, que é a parte geralmente carnosa que fica entre a semente e a casca, mais fino.
As cascas das raízes da árvores da romã é constituída por cerca de 0,7 por cento de alcalóides sendo que os mais importantes são a pseudo-peletierina e a peletierina que são alcalóides que possuem propriedades anti-helmínticas. Em virtude disso os chás feitos com romã são usados nos tratamentos para combater as verminoses.
A romã, mais precisamente o pericarpo da fruta, apresenta atividade contra microorganismos patogênicos em especial o vírus da Herpes Simplex, o Clostridium Perfinges e o Staphylococcus aureus. Por isso o mesmo chá da casca da fruta que é usado contra helmintos também é usado no tratamento de infecções nas amígdalas, fazendo-se um gargarejo ou também para amenizar as irritações nos olhos.
O chá também pode ser usado em conjunto com a tintura de ópio para tratamento de disenterias ou em um quadro clínico de diarreia crônica. Pesquisadores ao realizarem estudos científicos com a fruta descobriram que a casca da romã é fonte de uma substância denominada tanino elágico além de compostos derivados de flavonóides, ácido gálico, antocianinas e glicosilados. Os cientistas ainda conseguiram isolar o ácido punícico das sementes de seu fruto.
Curiosidades sobre a romã
Por ser uma fruta conhecida desde a antiguidade no Oriente Médio, a romã é uma fruta que sempre foi alvo de muitas crendices populares, bem como fez parte da culinária de vários pratos principais ao redor do mundo. Por exemplo, atualmente o Irã é o país que possui uma população que mais se alimenta com romã cujo suco feito com as sementes ainda é usado na fabricação de bebidas alcoólicas como os licores, sendo também utilizado para produzir xaropes e condimentos alimentares.
Desde a antiguidade as sementes da romã eram consideradas como símbolos da fertilidade e do amor entre duas pessoas. Nessa época havia os cultos pagãos que se espalharam por várias regiões e que continuaram acontecendo mesmo quando o cristianismo se tornou popular entre os povos. Entre os povos judeus que viera no ocidente ainda há o hábito de por as sementes de romã embaixo do travesseiro na ocasião do ano novo, que é comemorado todo o mês de setembro.
Esse costume tradicional é realizado pelos judeus para que eles consigam atrair para si e seus familiares saúde, dinheiro e sorte no novo ano que se inicia. Muitos povos, inclusive os brasileiros costumam colocar as sementes da romã em alguns cômodos da residência ou em suas carteiras para atrair sorte e prosperidade no ano novo, aumentando muito as vendas do romã nessa época do ano.
Considerações finais
Apesar das crendices populares que envolvem a romã como sendo uma fruta que se colocada em determinados locais na passagem do ano novo pode trazer muita sorte e prosperidade para as pessoas, o que devemos ter em mente são as propriedades benéficas que a casca e as sementes da romã pode proporcionar ao organismo, devido aos alcalóides presentes na casca das raízes da romãzeira e também pela atividade antimicrobiana encontrada no pericarpo ( que é a parte que se desenvolve depois da fecundação da flor).
É sempre bom ressaltar que o consumo de chás, infusões ou xaropes com a finalidade de combater ou tratar determinados tipos de patologias deve ser avaliado antes por um profissional especializado na área de nutrição ou médica, para que não haja nenhum tipo de incompatibilidade com o que é ingerido e outros problemas de saúde que porventura a pessoa possa ser portadora.
Por Salete Dias