O que o mercado espera hoje do que se conhece por “profissional de sucesso”? E quem é este? Que se espera dele? Melhor ainda: quais características identificam o profissional de sucesso?
A idéia deste artigo nasceu enquanto eu estava a ler hoje o livro “Profissionalismo – Não dá para não ter”, de Maria Elizabete S. D’Elia.
Este livro descreve vários fatores, características e expectativas que há em torno do “profissional do futuro” (não tão futuro, já que já se aponta a importância desse tipo de perfil desde fins da década passada), comparando-o muitas vezes com o profissional tradicional, que infelizmente está ainda em muito maior quantidade nas empresas que o anterior.
Algo que achei interessante foi uma lista de características que o profissional da Era da Informação deve ter:
1. Domínio de idiomas e informática
A importância do domínio de idiomas e de conhecimentos (ao menos básicos) de informática não é nenhuma novidade.
Há muitos anos que já ouvimos as pessoas falarem como a computação chegou para ficar, bem como sobre o quão globalizado o mundo está se tornando e, portanto, um profissional que não fala a língua mundial não pode ser considerado um profissional de sucesso.
Como profissional da área de computação, falar sobre tecnologia para mim não é problema, mas observo que, para muitas pessoas, ainda hoje é: observo estudantes universitários que, apesar de acessar computadores em LAN houses para conversar, jogar ou ler e-mails, não conseguem usá-lo também na elaboração e diagramação de um trabalho, por exemplo, ou na criação de uma planilha para controle de custos.
Percebo então que o problema aqui não é quanto a somente facilitar o acesso, pois vemos pessoas que possuem acesso facilitado mais que não usam adequadamente. O que falta é um estímulo, que muitas vezes deveria partir de dentro da pessoa para fora, para buscar conhecer um pouco mais sobre como essas ferramentas tecnológicas podem ser interessantes em seu dia-a-dia, principalmente no trabalho.
Ah, e antes que eu me esqueça: quando falamos de domínio de idiomas, falamos não somente das línguas estrangeiras, mas também da própria língua nativa – há pessoas que conseguem comunicar-se muito bem em inglês, mas cometem grandes gafes em português, o que mancha completamente sua imagem de bom profissional.
2. Aptidão para trabalho em equipe
O profissional que pensa que pode sentar-se à sua mesa e trabalhar sozinho, fazendo suas tarefas, sem se importar sobre como estão indo as tarefas dos demais possui o perfil do profissional egoísta e individualista que está sendo descartado pelas empresas.
Se você somente pensa em cumprir o seu papel independente do que está acontecendo na empresa, pode ser o atual responsável pela ruína da mesma sem ao menos saber disso! É necessário compreender não somente a sua tarefa, mas os produtos e serviços da empresa como um todo, preocupando-se com como cada parte relaciona-se com as demais.
Trabalhar em equipe não se restringe mais às grandes corporações com gigantescas equipes para pesquisa e elaboração de produtos. Esse trabalho em equipe surgiu também entre pessoas de departamentos diferentes.
Algumas empresas têm descoberto, inclusive, que “trabalhar em equipe” com seus concorrentes também pode lhe oferecer benefícios! Pense nisso.
3. Perfil questionador
Quando você passa a questionar você passa a não mais aceitar as coisas simplesmente pelo “como elas são”, passa a querer compreender o porquê de serem daquela forma e, assim sendo, pode encontrar formas de contribuir com o desenvolvimento do processo.
Após a Revolução Industrial, o profissional esperado pela indústria era o “operário burro”, não no sentido de sua inteligência real, mas no fato de que suas opiniões e sugestões muitas vezes não importavam, sendo somente a sua força física requerida em sua tarefa.
Com o crescimento da importância da informação que esta tem adquirido, bem como daqueles que lidam com ela e sua experiência nessas atividades, aquele que questiona não mais é considerado um chato, alguém que somente aborrece. Passa a ser alguém fomentador de críticas capaz de ajudar a repensar os processos empregados na empresa.
4. Vida familiar e profissional bem estruturadas e em “boa convivência”
Este é um ponto crítico. Muitas vezes para se conseguir o “respeito profissional”, para fazer a nossa marca, sacrificamos e muito diversos aspectos de nossa vida familiar. Entretanto isto não é o que as empresas querem, pois elas sabem que muitas vezes os problemas que os empregados possuem em casa, com suas famílias, acabam indo com eles até o local de trabalho, dificultando assim que o mesmo exerça suas atividades plenamente.
Sendo assim, evite levar conflitos de casa para o trabalho e vice-versa e busque sempre tomar as decisões familiares realmente em família por meio de uma discussão entre todos os membros interessados, evitando assim os problemas que surgem quando se toma uma decisão sem consultar os demais que, mesmo sendo boa profissionalmente, pode prejudicar seu relacionamento social.
5. Em aprendizado constante
O verdadeiro profissional do futuro nunca está satisfeito com o que sabe, sempre espera aprender mais, aperfeiçoar-se, tornar-se um profissional melhor do que é hoje ou do que foi ontem.
Várias são as ferramentas que este tipo de profissional pode usar: desde leitura de livros, sites e revistas especializadas a cursos de curta ou média duração durante o período de férias. Vale tudo para garantir que estamos contribuindo para avançar ainda mais nossas capacidades!
É importante lembrar que podemos considerar aqui não somente o desenvolvimento das habilidades que nossa atual atividade exige, mas também aquelas de áreas relacionadas, a fim de melhor compreender as atividades daqueles que interagem conosco e, assim sendo, desenvolver um melhor convívio e trabalho em equipe.
6. Equilíbrio de suas emoções
Por melhor que seja o profissional, se ele possui um temperamento instável, a empresa pode temer não poder contar com ele em momentos de tensão e stress, como os que ocorrem em negociações de novos serviços ou em processos de desenvolvimento de certos produtos.
Saiba manter o bom humor – como já dissemos, evite levar os problemas de casa para o trabalho.
Não saber lidar positivamente suas emoções pode ser o que o separa de uma promoção para um cargo com salário melhor.
7. Boa eloqüência
Aqui está mais uma característica que nem todos cultivam em seu dia-a-dia: a sua capacidade de retórica, de expressar-se bem diante de outras pessoas, de convencer por meio da palavra.
Não são somente os políticos, vendedores e “marketeiros” que precisam ter uma boa eloqüência – todos os profissionais necessitam, de uma forma ou de outra, comunicar-se e expressar idéias em algum momento de sua atividades a outra pessoa.
Tomemos como exemplo o caso do professor: se ele não for bastante eloqüente, o aluno pode não ser convencido de sua convicção quanto à veracidade das informações que ele apresenta, o que poderá deixá-lo em dúvida se está aprendendo realmente de forma correta ou não. Se por outro lado o professor é eloqüente, consegue passar uma maior confiança ao aluno, que sente-se mais seguro sobre o que aprendeu.
8. Manutenção de um ambiente estimulador
Outro ponto importante, tanto quanto o trabalho em equipe, é a manutenção de um ambiente de trabalho que seja agradável e estimule o bom trabalho de todos.
Quando esse ambiente torna-se tenso e desagradável, todos passam a trabalhar desconfiados, irritados e buscam exercer suas atividades individualmente, o que pode levar ao fracasso de toda a companhia!
Por outro lado, quando todos cultivam um ambiente agradável e realmente estimulador, todos ficam felizes, sentem-se mais à vontade para discutirem, cooperarem e apresentarem sugestões. A comunicação é mais fluida e, desta forma, o conhecimento consegue circular melhor.
9. Agilidade para tomada de decisões
Aqui entra a importância da pró-atividade, isto é, a capacidade que um indivíduo possui de ter alguma iniciativa, de tomar alguma decisão mediante os fatos sem a necessidade de intervenção de terceiros.
Uma tomada de decisões de forma rápida pode ser o que separa o sucesso de um projeto do total fracasso por negligência ou aparente despreocupação com o que está em jogo.
Um profissional que possua todas as características anteriores é um bom profissional, mas não poderá ser considerado um bom líder (uma característica hoje muito procurada nos profissionais, mesmo que não ocupe cargos de gestão ou liderança de equipes), uma vez que a tomada de decisões faz parte de seu dia-a-dia.
10. Responsável pelo seu próprio desenvolvimento
E por fim, o profissional do futuro sabe que não deve esperar que a empresa cuide de guiá-lo pelo melhor caminho a fim de conseguir alcançar seus objetivos. Ela sabe que não deve ficar a mercê da empresa para o “traçado” de seu plano de carreiras, bem como a busca de promoções.
Se você é esse tipo de profissional você sabe que quem espera sentado, por isso, está perdendo seu tempo, pois o aperfeiçoamento e a busca pela “profissionalização” deve partir de quem é o mais interessado nisso tudo: o próprio profissional.
Se você, como profissional, busca investir de seu próprio bolso e tempo para conseguir realizar cursos, adquirir novo conteúdo ou fortalecer a sua rede de contatos profissionais, não se preocupe que a empresa em algum momento perceberá isso e lhe dará o seu devido valor.
Além do mais, caso isso não aconteça, com certeza há uma outra empresa disposta a lhe oferecer melhores condições e salários tendo em vista quão excelente profissional você é. 😉
Bem, espero que tenham gostado do texto. Se desejarem acrescer alguma outra característica ou comentar sobre qualquer uma das apresentadas, esteja à vontade, ok? 😀