É iniciado o IV Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação e Cultura

Uma boa tarde a todos!

Estou agora em Salvador-BA, na UNEB (Universidade Estadualda Bahia), para ser mais específico, onde está ocorrendo a quarta edição do Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação e Cultura, um evento na área de jogos que, apesar de começar como algo regional, toma hoje proporções e importância de evento a nível nacional.

Esta manhã, ocorrera a palestra “Mamãe, eu quero ser game designer”, ministrada por Roger Tavares.

Sim, isso mesmo, Roger, sócio-fundador da Game Cultura e advisor (conselheiro) da IGDA, estava aqui discutindo sobre o que é game designer, como deve ser a sua formação e os problemas que hoje há na formação do game designer.

Roger salientou muito bem um dos grandes problemas: o fato de que cada escola interpreta a formação do game designer como sendo de qualquer profissional da empresa (programador, artista gráfico, modelador, etc.) e, desta forma, trabalha com grades bastante diversa, mas não retratando aquela que realmente deveria significar o game designer como a indústria o enxerga – o profissional que está lá para pensar na mecânica do jogo, no projeto de jogo em si, naquilo que torna o jogo divertido!

Roger apontou também a necessidade de se conseguir enxergar o game como mídia, como uma linguagem e, como tal, é necessário que se estude muito bem o mesmo.

Aproveitou também o momento para lançar a pergunta: “uma vez que o número de pessoas que querem ser game designers vem aumentando muito, o que vai acontecer com todos esses game designers no futuro? Haverá mercado para todos?”

Bem, quem assistiu a palestra ouviu a sua explicação, agora vou deixar vocês pensarem um pouco sobre a mesma. 😉

A seguir, foi realizada uma mesa redonda contando com a participação de Anna Nascimento, do MEC, Maurício Hirata, da Secretaria do Audiovisual – MINC, Winston Petty, da ABRAGAMES, e Geber Ramalho, da Rede Brasileira de Visualização. A mesa foi coordenada por Lynn Alves, da UNEB, que, não é por ser minha amiga, mas atuou muito bem na preparação e implantação de mais este seminário. 🙂

Ah, sim, voltando para a mesa redonda, os pontos mais importantes a se levantar é sobre o fato de que há ações governamentais em planejamento e elaboração (oba, agora nós queremos ver 🙂 ) e podemos esperar uma velha iniciativa com uma nova roupagem e maior maturidade: saiu a JogosBR, entra a BRGames.

Segundo o que foi comentado, não é somente o nome que mudou (na minha humilde opinião, o nome mudou a fim de não lembrar os diversos problemas que enfrentamos com as edições anteriores da JogosBR – e fizeram bem), mas também a forma como será aplicado, bem como o foco do mesmo.

Alguns dos comentários foram:

  • Maior preocupação em oferecer “investimentos a fundo perdido” para o desenvolvimento de demos jogáveis a fim de “startar”, alavancar o processo inicial de formação de um produto;
  • Buscar também apoiar após a criação do produto (demo jogável, no caso), isto é, a empresa também teria apoio para conseguir levar o seu demo para feiras nacionais e internacionais a fim de buscar investidores, publishers, etc.

Ao meu ver, eles conseguiram perceber um dos problemas que havia: após o demo ser completado, não há apoio para levá-lo até quem possa dar continuidade no investimento da idéia.

Desta forma, se isso for concluído, teremos mais um ponto positivo. Entretanto, acredito que precisamos também corrigir o “meio” (claro, se já conseguirmos além do investimento no “início” o apoio para levar o demo no “fim” aos publishers, já temos um algo a mais do que teríamos nas edições anteriores, mas nunca é demais querer um “algo a mais”, não? 😉 ).

E o “meio” de que falo é justamente no processo de desenvolvimento e, já que não há como interferir no processo de desenvolvimento de cada empresa, o ideal é que possamos formar adequadamente os profissionais para que eles cuidem disso, assim sendo o problema do “meio” pode ser melhor resolvido com soluções que envolvem algo que vem antes do “início”, o “ponto zero”, assim digamos. Eita que isso deixou até a mim confuso, mas tudo bem! 😀

Além disso, Ana discutiu um pouco algumas políticas da RIVED e a intenção da mesma em buscar mais e melhores conteúdos para a educação no formato de objetos de aprendizagem, onde jogos podem ser muito bem encaixados. Bem, mais uma vez um comentário meu: se você está pensando em submeter um jogo como objeto de aprendizagem, certifique-se de que ele realmente segue todos os preceitos indicados pelo RIVED  por outros especialistas, pois a avaliação está muito mais rígida agora – ano passado submetemos um trabalho que considerávamos muito bons e não conseguimos. 🙁

Bem, agora à tarde teremos as apresentações dos grupos de trabalho, onde aparecerão trabalhos coordenados por Esteban Clua, Roger Tavares, Filomena Moita e André Battaiola, todos grandes nomes nos eventos sobre desenvolvimento de jogos no Brasil.

 

É isso aí, e de volta às atividades. 😉

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