Que horas são? Se para responder esta pergunta, você levou a mão ao bolso e pegou o celular em vez de olhar para o pulso e consultar em um relógio, parabéns: você faz parte da “pequena” gigante fatia da qual fazem parte todos os usuários de dispositivos móveis.
Enquanto dispositivo para fins somente de comunicação à distância, com design antiquado, tarifas absurdas e péssimo sinal, o celular passou despercebido por muitos de nós. No Brasil, o “boom!” ocorreu simultaneamente à privatização de operadoras telefônicas e um processo de reestruturação que acabou por tornar o celular não mais somente uma ferramenta, mas sim um dispositivo onde convergem diversos fins e mídias.
Já parou para contar quantas coisas diferentes seu celular pode fazer? Vamos conferir algumas (certo, certo… não posso garantir que todas elas estão disponíveis no seu modelo de celular, mas estão presentes no celular de alguém!):
- Relógio, cronômetro, despertador e agenda;
- Câmera para fotografias e vídeos, gravador de áudio, reprodutor de MP3, midi, wav, etc;
- Comunicação por meio de ligações telefônicas, áudio-conferência, vídeo-conferência, SMS, MMS, etc;
- Calculadora, Plataforma para jogos e diversas aplicações, que permitem até comunicar-se com outros celulares via blue tooth;
- Bloco de anotações, processador de textos (principalmente se você optou por um smart phone em vez de um celular), leitor de documentos e apresentações;
- “Porta-arquivos” digital, ou “pen drive”, se assim preferir chamar, (desde que possua ao menos 16 mb de espaço, caso contrário, pode ficar muito difícil para manter vários arquivos nele);
- Rádio FM e TV Digital.
A quantidade de recursos disponíveis nos celulares não é somente resultado da convergência tecnológica, mas também da “convergência cultural”, que exige mais recursos em um dispositivo facilmente transportável, ergonômico e que possa ser personalizado ao máximo, refletindo assim as preferências do usuário.
Assim, nossos celulares deixaram de armazenar somente nomes e telefones como uma agenda eletrônica e passaram a permitir diversas funções como as apresentadas anteriormente. Se não estiver satisfeito com as funções existentes, basta adquirir uma nova aplicação, jogo, papel de parede, mp3 (sim, as ringtones monotônicas estão cedendo lugar a um formato de arquivo de áudio popularizado pela Internet), etc.
E seu papel não termina aí, pois os dispositivos móveis atuam também como meios de socialização : graças às novas vantagens da “Era quase 3G” (como sempre, o Brasil é um dos últimos a modernizar-se), podemos enviar uma imagem, áudio ou vídeo de algum acontecimento que vivenciamos para outras pessoas (na verdade, por meio de aplicações que enviem tais dados para a Internet, nossa “voz” pode ser ouvida ainda mais longe).
Antes, devido aos altos custos, o celular era empregado somente em negócios e outras “áreas sérias” de grande importância. Hoje, o celular é usado até mesmo por crianças e jovens, (quase) independente de condições financeiras de suas famílias.
Entretenimento, socialização, publicidade e informação em geral. Estas são somente algumas das novas formas de utilizar este novo equipamento que causou em nossas vidas uma revolução tão grande que somente pode ser comparada com aquelas provocadas pelo surgimento da televisão e disseminação da Internet.
Do sucesso dos celulares, derivou o impulso necessário para maior divulgação e venda de palms e smart phones. Hoje as capacidades e finalidades de celulares, palms e smart phones já se confundem bastante, uma vez que estes têm convergido também quanto ao seu emprego e comunicabilidade.
Como sempre, o sucesso estrondoso de algo é acompanhado por diversos especialistas (e alguns curiosos) que começam a formar opiniões sobre quais tendências serão perceptíveis em breve. Maior miniaturização dos componentes, melhoria do poder de processamento e armazenamento, maior número de recursos, capacidade de personalização ainda maior e maior emprego dele em outras áreas (educação, por exemplo) é algo já esperado.
Alguns especialistas arriscam-se um pouco mais e trazem teorias no mínimo criativas, como o possível implante de componentes para comunicação tão reduzidos e “ergonomicamente aceitos” que teríamos uma experiência próxima da “telepatia” por meio da tecnologia.
Bem, como por enquanto não me agrada a idéia de ter minha cabeça invadida por um “Nokia-X Brain C6200”, acredito que esta já é uma época áurea para os dispositivos móveis.
Além do mais, se introduzirmos os celulares em nossas cabeças, nós não poderíamos simplesmente dizer que esquecemos o celular em casa, não é?