Muito se tem discutido ao longo dos anos sobre a relação da vida econômica que os indivíduos possuem com a alimentação que consomem, se há influência dos fatores socioeconômicos. Várias pesquisas e estudos foram realizados com o objetivo de verificar até que ponto as pessoas que possuem uma condição financeira menos favorecida podem sofrer algum tipo de dano à saúde, em virtude do consumo de refeições pobres em alimentos de alto valor nutritivo.
Relação entre saúde e alimentação
Todas as pessoas concordam que uma alimentação balanceada e rica em nutrientes só traz benefícios ao organismo dos seres humanos. Através de anos de estudos científicos, comprovou-se que uma alimentação adequada, pode prevenir o corpo dos indivíduos de várias enfermidades crônicas, como por exemplo as doenças cardíacas, vasculares e até mesmo diabetes. No entanto, todos sabem que pessoas de baixo poder aquisitivo, que nem sempre tem condições de oferecer o básico às suas famílias, podem ser prejudicadas se não conseguirem ingerir em suas refeições, alimentos com nutrientes que possam contribuir para a construção de uma vida saudável.
Por isso, muitos pesquisadores estabeleceram uma relação entre os aspectos socioeconômicos na vida dos seres humanos com o tipo de comida que estão habituados, e como todo este processo pode vir a refletir em seus organismos. Alguns especialistas são partidários da tese de que os fatores socioeconômicos podem prejudicar uma alimentação adequada à manutenção de uma vida saudável.
Tal conclusão pode ser fruto de estudos científicos mais recentes que demonstraram que as pessoas com um nível econômico menos favorecido, apresentavam riscos mais elevados de contraírem algumas enfermidades relacionadas ao metabolismo, ao coração e até mesmo processos inflamatórios, que são complicações menos presentes em indivíduos que possuem uma condição financeira capaz de lhes proporcionar o consumo diário de uma alimentação com nutrientes que possam vir a prevenir esses tipos de enfermidades.
Como são realizadas as escolhas alimentares
Muitos especialistas acreditam que a escolha alimentar de determinados segmentos da sociedade é fruto das condições socioeconômicas que possuem. Estas opções sobre determinados alimentos é que determinarão uma população mais ou então menos saudável, em virtude dos hábitos alimentares que adotaram.
A conclusão que muitos desses profissionais chegaram é que os aspectos socioeconômicos estão relacionados de uma maneira significativa com as escolhas do padrão alimentar adotado pelos indivíduos, e este fator está diretamente relacionado com as dificuldades que as pessoas das classes econômicas menos favorecidas podem apresentar, em virtude da falta de condições financeiras para comprar alimentos considerados saudáveis e indispensáveis à manutenção de uma boa saúde.
Algumas pesquisas relacionadas ao tema revelaram haver uma relação com saúde precária em determinados grupos sociais em virtude dos aspectos econômicos que envolvem aquela população. Em se tratando de indivíduos que são extremamente afetados pela falta de condições financeiras, a precariedade na alimentação se estende também para outras áreas importantes na vida das pessoas, como por exemplo, a educação e a falta de condições de atendimento de saúde.
Os aspectos econômicos e educacionais podem desse modo, afetar determinadas opções por um ou outro comportamento alimentar, levando os indivíduos a apresentarem ou não enfermidades relacionadas ao tipo de dieta que adotaram.
Considerações finais
Os aspectos que influenciam na opção do comportamento alimentar por parte dos grupos socais, não dependem única e exclusivamente de suas escolhas pessoais, mas sim dos fatores socioeconômicos que afetam de maneira muito significativa suas opções quanto a alimentação que adotam. Suas refeições podem ser constituídas por alimentos de alto valor nutritivo que contribuem de maneira significativa para a manutenção de um organismo saudável.
Por outro lado, a aquisição destes alimentos requer uma condição financeira que permita que os indivíduos tenham condições para comprá-los e mantê-los em sua dieta. Se um determinado grupo social com menor poder aquisitivo não possuir condições econômicas para obter os alimentos que são considerados saudáveis para o corpo dos seres humanos, e que inclusive podem prevenir o surgimento de determinadas enfermidades, então é possível concluir que os fatores socioeconômicos possuem uma íntima relação com a qualidade de vida saudável que os indivíduos podem apresentar.
Cabe portanto, aos profissionais da área de saúde estimularem seus pacientes a ingerirem os alimentos nutritivos, e as autoridades governamentais proporcionarem condições financeiras a esses indivíduos, para que eles possam obter refeições compostas de alimentos que farão bem a saúde e ao bem-estar físico e mental desta parcela significativa da população.
Por Salete Dias