Carne Suína e Cisticercose

Para as pessoas  que gostam de  consumir  a carne suína com frequência, aí vai uma orientação: Seu consumo sempre foi alvo de questionamentos em virtude de possíveis problemas sanitários na hora do abate do animal, pela carne suína apresentar  um teor de gordura muito elevado e principalmente por estar associada à cisticercose que é uma doença causada por um verme conhecido como Tênia.

A gravidade da doença vai depender do local onde os cisticerco, que é  o nome dado ao estado larval dos ovos do verme, alojar-se. Se eles se localizarem no sistema nervoso central, vísceras, músculos e olhos do indivíduo podem  provocar a neurocisticercose que é uma enfermidade muito grave  com manifestações de cefaléias, vômitos, crises convulsivas , hidrocefalia e visão alterada e em alguns casos o enfermo pode chegar até a óbito, resultante da ingestão de carne suína contaminada pelo parasita.

Principais diferenças entre Cisticercose e Teníase

Apesar de muitas pessoas acharem que as duas doenças parasitárias serem iguais, na realidade elas são diferentes e tem em comum somente o fato de serem causadas pelo mesmo parasita que é conhecido como tênia. Para entender melhor vejamos como se processa  o ciclo de vida do parasita. A tênia possui  hospedeiros intermediários e os definitivos.

O hospedeiro intermediário  abriga  o parasita na sua forma de larva sendo encontrados nas carnes suínas e bovinas  e o hospedeiro definitivo que abriga o parasita  na forma adulta que é conhecido com Tênia Solium e Tênia Saginata e cujo hospedeiro é  o ser humano. Quando o verme já esta adulto ele se aloja no intestino delgado do indivíduo infectado causando uma doença denominada solitária ou teníase, e os ovos do parasita são eliminados através de suas fezes, que são espalhados e podem contaminar plantações rios e lagos.

Se algum animal consumir alimento contaminado ele ingere os ovos do verme que ficam em  seu músculo, na forma larval ou de de cisticerco, tornando-se o hospedeiro intermediário. Porém os especialistas na área informam que o próprio ser humano pode ser o hospedeiro intermediário se porventura consumir os ovos do verme através da higiene inadequada das mãos quando ele vai ao banheiro ou  pelo consumo de legumes ou frutas que não são bem  lavados, contribuindo para que o cisticerco seja formado diretamente no corpo do indivíduo resultante na doença cisticercose.

Diagnóstico da Neurocisticercose

O diagnóstico  da neurocisticercose não é muito fácil. já que os  sintomas da doença são muito parecidos com outros problemas neurológicas. No entanto algumas condições podem dar o indício ou a suspeita de  que a pessoa é portadora da enfermidade e que servem para fazer o diagnóstico diferencial são eles:

Colagenoses em especial o Lupus Eritematosos; As neoplasias metastáticas ou primitivas do sistema nervoso central da pessoa; infecções neurológicas  como toxoplasmose e hidatidose entre outras; Cisto Aracnóide ; Abcessos e anomalias cerebrais ; Esclerose múltipla, entre  outros.

Vale ressaltar que todo diagnóstico deve ser feito por um profissional especializado, principalmente em casos como este, em que os sintomas podem ser confundidos com outras patologias de manifestação clínica semelhante.

Principais Cuidados na Prevenção da Doença

Os especialistas orientam que os bons hábitos de higiene são fundamentais para prevenir a transmissão da cisticercose, já que os ovos do verme são muito resistentes à substâncias químicas, sendo necessários para serem destruídos uma fervura acima de 90ºC ou através do processo de cocção (Transferência de energia de um alimento para outro provocando alterações nas estruturas de suas moléculas).

A criação de suínos em especial  no Brasil atualmente esta bem mais modernizada, com os suínos ingerindo água tratada, comida balanceada e adequada e os locais onde eles ficam são frequentemente higienizados para que não tenham contato com o verme da tênia.

Os especialistas ressaltam a importância de sempre que a pessoa for comprar carne verificar se  a procedência dela é confiável, ou seja, se o lugar do abate foi inspecionado antes do alimento ser comercializado em açougues e supermercados. Outra medida de extrema importância é o indivíduo evitar a  autoinfecção através da contaminação das mãos com suas próprias fezes, que são levadas aos alimentos consumidos.

Toda medida de higiene é importante para evitar as doenças parasitárias ou infecciosas, por isso adquirir bons hábitos de higiene deve ser uma regra para todos e não somente uma forma de impedir a transmissão de patologias.

Por Salete Dias