A alimentação é um item de extrema importância para a saúde dos indivíduos portadores da Doença Celíaca. Ela é caracterizada por uma intolerância ao glúten, nutriente que se não for excluído da dieta da pessoa, pode causar grandes transtornos. Vejamos por que motivos:
Os especialistas na área médica e de nutrição informam que a doença celíaca pode ser definida como uma permanente intolerância ao glúten, que é uma fração de proteína que está presente em alimentos como trigo, aveia, cevada e centeio que quando são consumidos por indivíduos com predisposição genética, pois essa é uma doença autossômica recessiva pode levar os portadores a apresentarem alterações imunológicas que são características dessa enfermidade. Como por exemplo a presença na mucosa intestinal do indivíduo afetado com a doença, de linfócitos com receptores gama e delta em grande quantidade e anticorpos circulantes.
Além disso, outras maneiras de manifestação da doença celíaca incluem em alguns casos, anemia persistente à prescrição de ferro via oral, baixa estatura, hipoplasia do esmalte dos dentes, manifestações neurológicas, osteoporose, constipação intestinal, entre outros sintomas detectados. Por isso, os portadores da doença celíaca devem fazer uma dieta especial que exclua esse nutriente de sua alimentação para evitar esses possíveis transtornos.
O diagnóstico da doença celíaca além dos sintomas tradicionalmente apresentados pelos portadores e que podem ser detectados por um profissional especializado, pode ser também identificada na sua forma assintomática por marcadores sorológicos como os anticorpos antiendomísio, anti-reticulina e antigliadina. Os especialistas informam que a biópsia do intestino delgado, até o momento tem sido o processo mais efetivo para o diagnóstico de portadores da doença celíaca.
Como é uma doença diretamente ligada à intolerância ao glúten que está presente em vários alimentos, nos últimos anos no Brasil, os Órgãos Federais promulgaram uma lei que obrigava os produtores de alimentos industrializados a informarem aos consumidores sobre a presença ou não de glúten nos alimentos.
Sensibilidade ao Glúten
A doença celíaca é caracterizada por uma sensibilidade ao nutriente glúten que está presente em diversos alimentos e é um processo de alta resposta humoral e celular à ingestão das proteínas desse nutriente, em produtos à base de aveia, centeio, trigo e cevada em pessoas com predisposição genética. A principal forma de tratamento para a doença celíaca seria a exclusão da dieta do portador de alimentos que contém as gliadinas tóxicas.
Apesar da biópsia do intestino delgado ser a forma mais frequente de diagnosticar a doença, outras medidas como os testes sorológicos e a monitoração da dieta sem o glúten, se constituem também em medidas de extrema importância na terapêutica contra a enfermidade.
Importância da Alimentação em Pacientes com Doença Celíaca
A alimentação adotada por pessoas portadoras de doença celíaca é de extrema importância, pois deve ser baseada na exclusão da proteína de glúten. No entanto, essa tarefa não vem sendo muito fácil principalmente pela pouca oferta de produtos adequados para esse tipo de paciente, pois além dos altos preços e do aumento do consumo de alimentos industrializados com as famosas lanchonetes de fast foods; o que vem resultando é uma alteração do perfil da epidemiologia não só na população brasileira como a de vários países, principalmente em crianças e jovens que consomem mais esse tipo de alimento, apresentando uma dificuldade maior em realizar a dieta adequada ao seu problema.
Uma alternativa encontrada pelos fabricantes para tentar contornar esse problema, foi comercializar os produtos que não contenham glúten mas que tenham valor nutricional que seja compatível com as necessidades das crianças em fase de crescimento. As indústrias resolveram então fabricar biscoitos cookies com a substância amaranto na sua composição. Este cereal, pouco conhecido no nosso país, não possui glúten e apresenta também índices elevados de ácido graxo insaturado, além de uma grande quantidade de proteína similar à caseína do leite em qualidade superior aos outros cereais, possibilitando um maior equilíbrio dos aminoácidos essenciais ao organismo humano.
O amaranto foi testado para definição de receitas e avaliação do paladar, onde foi obtido vários tipos de sabores de acordo com uma análise feita pelos participantes do teste. Eles informaram que o amaranto pode ser uma boa alternativa na alimentação de pacientes celíacos, apesar de ainda não existirem receitas com esse ingrediente, bem como não foi criado o hábito de utilizá-lo na alimentação dos brasileiros portadores da doença celíaca.
Por Salete Dias